Tony Ramos e Sonia Braga serão homenageados no Festival de Cinema de Gramado

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O 44º Festival de Cinema de Gramado, que acontece entre os dias 26 de agosto e 03 de setembro, terá como homenageados a atriz Sonia Braga e o ator Tony Ramos.

Sônia Braga

Foto: Divulgação
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Aos 14 anos, começou a fazer pequenos papéis em programas e teleteatros infanto-juvenis na TV Tupi. Um desses programas era o Jardim Encantado, apresentado por seu irmão Hélio. Em seguida, integrou um grupo teatral que se apresentava na região do ABC e ficou um ano em Santo André.

Em 1968, Sônia Braga participou do elenco da primeira montagem brasileira da peça Hair, dirigida por Ademar Guerra. No ano seguinte, foi escalada para atuar em A Menina do Veleiro Azul, de Ivani Ribeiro, na TV Excelsior, mas a emissora fechou antes de a novela ir ao ar. Foi convidada, então, para fazer Irmãos Coragem (1970), de Janete Clair, na Globo. Nos anos seguintes, trabalhou em outras duas novelas da autora: em Selva de Pedra (1972), no papel de Flávia, e em Fogo Sobre Terra (1974), como Brisa.

Na televisão, depois de Gabriela, participou do elenco de Saramandaia (1976), de Dias Gomes. Interpretava Marcina, mulher sensual que provocava incêndios com o calor do seu corpo. No ano seguinte, atuou em Espelho Mágico (1977), de Lauro César Muniz, como a atriz iniciante Cynthia Levy. Um dos destaques da trilha sonora da novela é a versão que Gal Costa gravou de Tigresa, música que Caetano Veloso compôs em homenagem à atriz.

Ainda no final da década de 1970, Sônia Braga deu vida a outro personagem de grande sucesso: a Júlia Matos, em Dancin’ Days (1978), de Gilberto Braga. Nesta história urbana, a atriz personificou uma ex-presidiária, que sai da prisão disposta a reconquistar o amor de sua filha, então interpretada pela novata Gloria Pires. Uma das cenas inesquecíveis da novela foi o retorno triunfal de Júlia ao Rio, após um período no exterior, em que ela dá um show de dança na discoteca da trama, vestindo bustiê e sandálias de salto alto com meia de lurex, que viraram a sensação da época.

Em 1979, Sônia Braga se aventurou no teatro infantil na peça No País dos Prequetés, de Ana Maria Machado. No ano seguinte, voltou à televisão para protagonizar, ao lado de Tony Ramos, a novela Chega Mais, de Carlos Eduardo Novaes. Os dois deram vida ao casal Gelly e Tom.

No início dos anos 1980, a atriz, que já tinha feito filmes como A Dama do Lotação (1978), de Neville de Almeida, decidiu se dedicar exclusivamente ao cinema. Em 1981, estrelou Eu Te Amo (1981), de Arnaldo Jabor, e ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Gramado. Em 1985, protagonizou o filme O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco, contracenando com Raul Julia e William Hurt. O sucesso do filme abriu as portas do mercado internacional para Sônia Braga e lhe rendeu a indicação ao Golden Globe de melhor atriz coadjuvante. Foi nessa época, então, que ela decidiu deixar o Brasil e tentar carreira nos EUA, onde morou por 14 anos, obtendo cidadania americana em 2003.

Nesse período, trabalhou em 42 filmes, entre os quais: Rebelião em Milagro (1988), de Robert Redford; Luar sobre Parador (1988), de Paul Mazursky, quando voltou a receber uma indicação ao Golden Globe de melhor atriz coadjuvante; e Rookie, um profissional do perigo (1990), de Clint Eastwood. Além disso, atuou em episódios de 11 seriados de TV norte-americanos, como The Cosby show (1986), Sex and the city (2001), American Family (2002), Law & Order (2003), CSI: Miami (2005), Alias (2005) e Brothers and Sisters (2010/2011).

Em 1999, depois de quase 20 anos afastada da televisão brasileira, a atriz fez uma participação especial nos 10 capítulos iniciais da novela Força de um Desejo (1999), de Gilberto Braga e Alcides Nogueira, no papel de Helena Silveira, mãe dos personagens de Fábio Assunção e Selton Mello. Em 2001, fez parte do elenco do filme Memórias Póstumas, de André Klotzel, baseado na obra de Machado de Assis. Por sua atuação nesse filme, ganhou o Kikito de ouro de melhor atriz coadjuvante, no Festival de Cinema de Gramado.

Tony Ramos

Foto: Divulgação
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Campeão de audiência na TV e de bilheteria no cinema e no teatro, Tony Ramos também é um artista condecorado: em 2009, recebeu a medalha oficial da Ordem de Rio Branco, pelos serviços prestados à cultura brasileira. Cinéfilo de carteirinha e fã de Oscarito, o ator, que estudou Direito e Filosofia, foi influenciado desde menino pelo astro das chanchadas da Atlântida: “Vi tudo dele. Eu dizia lá em casa: ‘Um dia eu vou ser que nem o Oscarito’”. Com essa ideia na cabeça, fez teatro amador na escola e em 1964, quando ainda não tinha completado 16 anos, foi tentar a sorte no programa Novos em Foco, que revelava talentos para a TV Tupi.

Para o ator, não há prazer maior do que representar, porque “a dramaturgia é eterna; e o cinema, teatro, e a televisão bebem na fonte da vida.” Astro de Se Eu Fosse Você (2006), Tony Ramos também se destacou por seus papeis na dramaturgia da Globo. Viveu os gêmeos João Victor e Quinzinho, na novela Baila Comigo (1981); o jagunço Riobaldo na minissérie Grande Sertão: Veredas (1985); o pedreiro José Clementino, em Torre de Babel (1998); interpretou também o indiano Opash Ananda na premiada Caminho das Índias (2009), e o bandido Zé Maria, em A Regra do Jogo (2015).

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