Tony Ramos de Gramado, Tony Ramos do Brasil, “ATOR BRASILEIRO”

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Ao passar no tapete vermelho, Tony já se emocionava,  como os gritos de  “Tony, Tony, Tony”,  parava e  retribuía com acenos e as mãos unidas.

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Foto: André Gomes

Além da voz tranquila, sua mais profunda característica, a simplicidade de  Tony Ramos, deve ser enaltecida, seu carinho e respeito com o público que lotava a Rua Coberta em Gramado, acenos e gestos de agradecimento, que  deixou todos emocionados, mas a maior emoção veio da voz embargada e de um dos maiores e mais reconhecido ator global, 50 anos de uma carreia bem sucedida, Tony Ramos foi homenageado em uma cerimônia emocionante, neste sábado (27), na segunda noite do Festival de Cinema. Aos 68 anos, completados em 25 de agosto, com uma longa história de 128 personagens ao longo da carreira,  o ator recebeu o Troféu Cidade de Gramado, das mãos do Prefeito Nestor Tissot. Tony recebeu o Kikito em 2001 pela interpretação em “Bufo & Spallanzani”.

“Esse troféu já tem um lugar especial ao lado do Kikito que recebi em 2001, e a gente tem que ninar, porque é muito especial”, disse ele com o troféu, nos braços e posição de ninar.

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Foto: André Gomes

“ Jamais eu teria a hipocrisia de negar a fama, o sucesso,  mas ao mesmo tempo eu busquei esse sucesso,  eu quis ter esse sucesso. E eu quis ter esse sucesso trabalhando.”  Tony Ramos

Antes de receber o troféu, Tony reviu momentos de sua trajetória profissional em telas instaladas na extensão do tapete vermelho, por onde passou antes de chegar ao Palácio dos Festivais. Já lá dentro, foi surpreendido com recados de Carla Carmuratti, Daniel Filho, Flávio Tambellini e Dan Stulbach.

“Talvez vocês não possam ter ideia do que eu passei nesse percurso, uma linda homenagem que a organização preparou, tendo a minha história de 52 anos de profissão passando ali… e revendo a minha carreira”, discursou ele ao subir no palco.

Emocionado, não segurou as lágrimas. “Eu trabalhei para que pudesse um dia, quem sabe, ser reconhecido. Jamais eu teria a hipocrisia de negar a fama, o sucesso. Mas ao mesmo tempo eu busquei esse sucesso, eu quis ter esse sucesso. E eu quis ter esse sucesso trabalhando”, continuou, em pé os aplausos e a reverencia ao grande ser que esta no coração de um gênio da arte.

Lá dentro, o ator fez questão de lembrar aqueles que demonstraram tanto carinho. “Posso agradecer milhares de pessoas lá fora. Homens, mulheres, crianças, senhores e senhoras de idade mais avançada. Quero dizer um obrigado a eles. Essa manifestação popular é que me move”, afirmou. “Que faz eu ficar com barba assim, com cabelo assado, engordar e emagrecer, por um personagem”, refletiu.

“Assim é o meu oficio e nada melhor do que ser homenageado assim, dessa maneira. São 128 personagens na carreira”.

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Fotos: Alexsander Siqueira

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Tony falou da carreira e da agenda que está lotada até maio de 2017, sua  história tem mais  de 50 novelas e com papéis reconhecidos em dezenas de filmes, ele diz não ter preferência entre um e outro.

“É claro que eu tenho uma carreira consagrada na televisão, e jamais vou negar isso. Mas nunca me considerei um ator de televisão. Eu sou apenas um ator brasileiro. E um ator brasileiro sabe que vai fazer cinema, teatro, circo, pavilhão, vai fazer cinema de arte, ou um cinema com um olhar mais sofisticado. Mas nunca com um olhar blasé, que vira olhar da soberba”, frisa.

Tanto que após terminar as gravações de “Quase Memória”, escrito e dirigido por Ruy Guerra, baseado no texto de Carlos Heitor Cony, já emendou um trabalho na televisão. Ele estará no seriado “Vade-retro”, de Fernanda Young e Alexandre Machado e com direção do Maurinho Mendonça Filho, que tem estreia prevista para o ano que vem.

Além da atuação, ele atualmente apresenta um programa de entrevistas no Canal Brasil. Tanto trabalho o obrigou a recusar alguns convites, como o papel de Picasso no teatro. “Quando eu li a peça, eu pensei: ‘Que pena’. Mas tem horas que não dá pra aceitar”, explica.

Sobre o filme, Tony diz que não acredita em sucesso de bilheteria, como foi com “Se Eu Fosse Você”, mas reforça que o trabalho pode surpreender, como aconteceu com “Getúlio”, de João Jardim.

“Não é um filme blockbuster. Difícil não é, mas não é um filme de grandes filas, como a gente costuma dizer, mas pode surpreender e se tornar um filme de boca a boca”, descreve. O longa tem previsão de lançamento para outubro.

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