O chimarrão ou mate é uma bebida característica da cultura do sul, na América do Sul legada pelas culturas indígenas caingangue, guarani, aimará e quíchua. É composto por uma cuia, uma bomba, erva-mate moída e água.
O termo mate como sinônimo de chimarrão é mais utilizado nos países de língua castelhana. O termo “chimarrão” é o mais adotado no Brasil, o termo pode, ainda, designar qualquer bebida (café, chá etc.) preparada sem açúcar.
Os primeiros povos de que se tem conhecimento de terem feito uso da erva-mate são os índios guaranis, que habitavam a região definida pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai na época da chegada dos colonizadores espanhóis; e os índios caingangues, que habitavam o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Misiones. Da metade do século XVI até 1632, a extração de erva-mate era a atividade econômica mais importante da Província Del Guayrá, território que abrangia praticamente o Paraná, e no qual foram fundadas três cidades espanholas e quinze reduções jesuíticas.
O chimarrão chegou a ser proibido no sul do Brasil durante o século XVI, sendo considerado “erva do diabo” pelos padres jesuítas das reduções do Guairá. A partir do século XVII, no entanto, os mesmos mudaram sua atitude para com a bebida e passaram a incentivar seu uso com o objetivo de afastar a população local do consumo de bebidas alcoólicas.
Gramado por ser uma cidade que ainda mantém a tradição do tal ”Chimarrão” estará com uma exposição no coreto da Praça Major Nicoletti, no Centro de Gramado, o lugar que abriga a exposição Mate Chimarrão – Um Patrimônio Cultural dos Gaúchos. Na mostra, que acontece até domingo, dia 14, das 10h30 às 19h, estão expostos objetos musealizados do chimarrão, bebida símbolo dos gaúchos. No local, há ainda a degustação do chimarrão com diferentes ervas e com vários modos de preparo.
Entre os destaques da exposição está uma curiosa coleção de “Mates e Tacuapis”, utensílios primitivos para ingerir a bebida, e uma rara erveira de prata do século XIX, mostrando o contraste entre a simplicidade e criatividade dos povos originários no consumo do mate.